Páginas

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Conhecendo o Pantanal Sul Mato grossense

Já que o assunto do momento é o Pantanal, quero compartilhar algumas fotos daquele lugar maravilhoso. Eu atravessando o Rio Verde, no município de Rio Verde do Mato Grosso-MS-

 





P

sábado, 8 de outubro de 2022

A história de "Seo" Agenor Luz na abertura da Fazenda de Valdir Piveta no Pantanal Matogrossense em 1961.

A história de "Seo" Agenor Luz na abertura da Fazenda de 
Waldir Piveta de Assuncão, no Pantanal Matogrossense em 1961

Em Abril de 2018, voltamos (Euclides Marinheiro, Navir Ferronato e Euclides Monteiro) ao
Eu na mesma travessia em 1977- Navir em pé e Monteiro
na gabine- //gaúchos no veículo de trás na segunda ponte 1978.
 Pantanal, mais precisamente na fazenda Remanso, de Mauro Mondini que se situa na estrada do Curixão; descendo a serra da Pimenteira para nos encontrarmos com alguns amigos do Rio Grande do Sul, que por vezes também passam suas férias por ali.
Nesta viagem tivemos a oportunidade de conhecer um dos pioneiros daquele lugar, Sr. Agenor Luz, sogro de Mauro Mondini.
A noite. depois do jantar, "Seo" Agenor, gostava de relembrar antigos episódios de seu trabalho no Pantanal. foi quando lhe pedi que contasse alguma coisa de seu passado para justamente, registrar neste blog, que relato abaixo.


"Seo" Agenor, se mudou para a cidade de Rio Negro,  (antigo distrito de Vaca Seca?), em 1961, oriundo de Birigui.
                                                                                                                                                                         
Foi ali onde conheceu aquela que viria ser sua esposa. Foi Contratado por Valdir Piveta , grande Pecuarista do Mato Grosso pra abrir uma fazenda em suas terra naquele local.
Era um lugar ermo, não existia quase nada a não ser muitas matas, aguas e animais.

Beto Luz e seu pai Sr. Agenor Luz 
Naquela época, pouquíssimas pessoas se aventuravam por ali abrindo um pequeno sítio para morar e criar alguns animais domésticos, mas as onças circulavam tranquilamente pelas propriedades, para saborear galinhas, ovelhas, porcos e algumas reses que aqueles moradores insistiam e criar.
Foi assim, brigando com os felinos, que "Seo" Agenor, cansado de perder os bezerros para as onças, começou então a proteger seu rebanho da terrível predadora. Pegou a primeira onça e logo a notícia se espalhou. Vieram a sua procura para pedir ajuda e conseguiu pegar outra. Depois outra e mais outra.  Assim, "Seo" agenor ganhou a admiração por onde passava e o respeito dos peões, muitas vezes rebeldes por serem em sua maioria, oriundos das divisas com o |Paraguai. Se tornando excelente capataz do Sr. Piveta,  foi adquirindo fama e passou a ser muito procurado para dar cabo de algumas que insistiam em comer bezerros e cabras em outras propriedades.
Agenor confessa que não consegue enumerar as onças que já matou, ao longo de muitos anos que por ali trabalhou. mas conta em detalhes algumas ações neste sentido.
Sua última façanha, que aconteceu ainda quando não se falava em crime a caça, junto com seu filho Beto, ainda criança, foram à caça de uma "pintada", munido de uma espingarda cartucheira e um cachorro. Depois de dois ou três dias de espera, numa noite a onça apareceu em sua frente, bem na sua mira.  "Seo" Agenor só teve tempo de dar um único e certeiro tiro, mas a onça avançou, toda torta, em sua direção.  Sem tempo de fazer nada, Agenor apenas esperou o impacto da bicha em seu corpo, quando esta veio a cair aos seus pés. Depois do susto, ele examinou a baita, e percebeu que o tiro havia alvejado a paleta direita, por isso, ela não conseguiu dar o pulo fatal até o poleiro de espera onde ele estava na espreita. Ééé! Mas isso foi há muito tempo. Hoje não admite que alguém aponte uma arma ou faça uma armadilha para pegar animais. As coisas mudaram, se as onças comem algum  
bezerro é da natureza delas. e afinal não representa quase nada hoje em dia, em virtude da grande expansão das fazendas de hoje. No máximo a gente quando se avista uma onça, chega-se o mais perto possível apenas para tirar fotos para mandar aos amigos parentes de longe.
Pegada fresca  de onça que rondava a casa
       
         Coincidentemente, na madrugada seguinte, àquele bate-papo, um dos companheiros daquela reunião, que vieram do Rio Grande do Sul para conhecer o Pantanal, foi à beira da cerca para dispensar algum resto de comida para os animais, assustou-se com um forte cheiro a sua volta, desconfiado, voltou correndo para a casa onde estávamos, gritando que a onça estava rondando a casa. Ninguém acreditou é claro! Foi quando pediram a Beto, filho de Seo Agenor, que já era profundo conhecedor dos felinos, que fosse até lá para certificar o tipo de animal que estaria exalando o tal cheiro. Foi aí que ficamos sabendo que realmente tratava-se de uma onça que espreitava a sede que ficava a apenas 40 metros dali, pois deixara marcado no chão várias pegadas. Conhecedor que era, nos tranquilizou que era uma onça parda, não muito perigosa aos humanos que podíamos ficar sossegados.

No dia seguinte, sem acreditar muito, fui dar
uma olhada pelo chão para ver se realmente havia a tal pegada da onça e tirei uma foto para provar que realmente eles sabiam o que estavam falando.

Pegada da onça parda que rondou a casa de Mauro na noite em que estávamos fazendo churrasco.

Mauro Mondini Proprietário da Fazenda; Euclides Monteiro. Beto e
Agenor Luz, sogro de Mauro e o Protagonista da história que ora relatamos.